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A Câmara dos Deputados se prepara para mais um tentativa de votar o projeto Ficha Limpa. O texto de iniciativa popular, apresentado aos parlamentares no ano passado, previa que o candidato não poderia concorrer às eleições se tivesse sido condenado por um juiz de primeira instância.
Os deputados criaram um grupo de trabalho para analisar a proposta que teve o aval de mais de um milhão e 600 mil eleitores. Um parecer do deputado Índio da Costa mudou a regra, prevendo a inelegibilidade só se a condenação fosse por decisão colegiada. O argumento foi de que a proposta inicial dava margem para que inimizades entre juízes locais impedissem injustamente candidatos de disputarem as eleições.
Mas, quando a proposta foi analisada pela Comissão de Constituição e Justiça, novas mudanças: poderão concorrer políticos condenados em segunda instância desde que apresentem recurso suspensivo ao Superior Tribunal de Justiça.
Os deputados argumentam que a essência do projeto foi mantida, mas na verdade, eles parecem não ter entendido a vontade do povo, cujo o imposto mantém o Congresso funcionando: a população não quer que políticos que respondam a processos judiciais tenham a oportunidade de entrar na vida pública.
Se for aprovado amanhã, o projeto Ficha Limpa conterá regras bem mais brandas que as exigidas pelo povo. É claro que seria muita ingenuidade esperar que o projeto original fosse aprovado do jeito que estava, afinal a parte mais afetada seriam os parlamentares que estão analisando a matéria.
O que fica explícito é que eles suas excelências podem ser tudo, menos representantes da vontade popular.
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