sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Enquanto isso em Pequim...

As nossas atletas têm muito a nos ensinar. Não vou aqui me ater ao fato de, por serem mulheres, elas precisam ficar o tempo todo provando que podem ser tão boas quanto os homens. Não, isso já se tornou lugar comum.

Falo da superação como pessoas, como seres humanos. Primeiro, a seleção feminina de futebol. É incrível uma modalidade quase sem apoio conseguir a façanha de deixar 180 milhões de pessoas cheias de orgulho. Elas deixaram o ouro escapar, é verdade. Mas ninguém nega que a seleção feminina lutou até o fim com o objetivo de ganhar. Ao final do jogo, ver a Marta levantar os olhos ao céu e dizer, com ar de descrença, "Fala Sério" só resume o quanto o esforço não foi devidamente recompensado. É a vida. Infelizmente o futebol tem dessas coisas.

No mesmo dia da prata no futebol feminino, as meninas do voleibol conseguiram uma final olímpica inédita. É praticamente o mesmo time que saiu desacreditado e humilhado quatro anos atrás de Atenas. As comparações com o "vence-quase-todos-os-campeonatos" time masculino eram inevitáveis. Mas, elas estão aí para provar que podem superar os desafios e dar a volta por cima.

E por falar em volta por cima, ver a Maurren Maggi saltar 7m e 4cm e ganhar o segundo ouro para o Brasil foi sensacional. Para quem não se lembra, antes do pan de Santo Domingo, em 2003, ela foi pega no exame anti-dopping, e acabou impedida disputar em Atenas, em 2004.

Na época, a atleta alegou que não sabia da presença de clostebol, encontrado em seu organismo, na composição do creme cicatrizante Novaderm, que foi aplicado após uma sessão de depilação definitiva. A droga é a primeira na lista de proibições da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF). Depois de ficar três anos sem competir, ela volta de Pequim com o peito brilhando, e brilhando em tons dourados.

Mas, infelizmente, exemplos como esses são poucos. O País não investe como deveria no esporte. Muitos são desconhecidos. Vários atletas, como o próprio César Cielo, ouro na natação, precisam treinar fora do País para ter alguma chance. Assim ficar difícil criar ídolos a serem seguidos por nossas crianças...

Ainda são poucas as cidades que possuem um centro poliesportivo decente. Será que até 2016, isso vai mudar? Espero sinceramente que sim, mas as chances disso se tornar realidade são poucas. Não por falta de candidatos a atletas, mas por causa da falta de vontade de quem comanda o País...

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