quinta-feira, 30 de julho de 2009

A batalha pelo ano que vem

Estamos no final de julho e cada vez mais perto de 2010. Com novas eleições presidenciais, o ano que vem será decisivo para o País politicamente. Está na hora de trocar o poder? Ou o brasileiro vai escolher dar mais 4 anos de chance para o PT?

Boa parte do governo está escancaradamente afinado com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A estratégia do presidente Lula para que Dilma seja eleita começou a ser executada meses atrás.

A ministra com fama de gerentona passou a substituir Lula em inaugurações de obras públicas, tem encontro com chefes de estado - semana passada foi com Obama; nesta quinta-feira, com Michele Bachelet. Aos poucos, Dilma foi ganhando espaço na mídia e subindo nas pesquisas.

No encontro com a líder chilena, Dilma afirmou que "o Brasil está maduro o suficiente para ter uma presidenta". Em entrevista ao Correio Braziliense, o ministro do Planejamente, Paulo Bernardo, também defendeu a candidatura de Dilma. "Achamos que será a Dilminha a grande herdeira desse cenário", opinou.

Segundo Bernardo, o crescimento em torno de 5% da economia no ano que vem, e a inauguração das obras do PAC serão o grande trunfo para Dilma obter êxito nas eleições de outubro.

O principal desafio de Dilma, no entanto, será provar que reúne atributos necessários para governar um País do tamanho do Brasil. Antes de chefiar a Casa Civil, Dilma era praticamente uma desconhecida do eleitor. Como tem fama de gerentona exigente, muitos aliados do governo temem que seja difícil costurar alianças no cenário Dilma presidente.

NA oposição, quase todas as fichas estão sendo apostadas no governador de São Paulo, José Serra. PSDB e DEM tentam de todas as formas minar o governo e atacam para todos os lados.

Em relação ao PAC, a oposição quer provar que tudo não passou de um engodo, que as obras não irão pra frente. Outro alvo é a Petrobras e o pré-sal. A CPI que vai investigar irregularidades na estatal começa a funcionar depois do recesso.

Os aliados do governo, principalmente os caciques do PMDB, também estão no meio do fogo cruzado: o alvo da vez o presidente do Senado, José Sarney, afundado em escândalos. A briga pelo comando do País está esquentando.

apenas uma imagem




Parabéns a equipe brasileira de natação pelas três medalhas.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

tucanice escancarada


Há muito tempo que a revista Veja não faz a menor questão de esconder suas preferências partidárias.

Na edição desta semana, a reportagem Une Chapa-Branca trouxe a seguinte frase: "A atual geração está jogando na lama a rica história da UNE de enfrentamento com o poder. Não apenas de contestação, mas de produção cultural alternativa de qualidade nos anos 60 – quando foi presidida por José Serra, hoje governador de São Paulo."

Sem comentários, não é?

Bom, o fato de a UNE ter feito uma passeata defendendo do governo e contra a instalação da CPI da Petrobrás é, no mínimo, questionável. Se a entidade recebeu recursos da Petrobras, e se há suspeitas de irregularidades na utilização dessa verba, o caso deve ser apurado.

Mas é completamente desnecessária essa alusão ao governador de São Paulo, um político do PSDB, possível presidenciável no ano que vem. Criticar a UNE por ser chapa-branca, enquanto se coloca um bico de tucano na própria cara é no mínimo uma hipocrisia.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Final Fantasy IX - review


Resolvi dar um tempo nos assuntos sérios:

Com tantos jogos da nova geração, cheio de efeitos, diálogos dublados, gráficos de cair o queixo, é incrível como meu RPG preferido continua a ser Final Fantasy IX.

O jogo é exclusivo do Playstation 1 - duas gerações de console atrás, portanto. A nona edição de RPGs da SquareEnix (Squaresoft na época)tem várias qualidades.

A primeira delas é o gráfico - prefeito para a época. É impossível não se impressionar com as cenas de CGs espalhadas pelo jogo, principalmente com as que apareciam as Eidolons (summons): ver Bahamut, Odin e Alexander até hoje é algo bem legal.

Outra qualidade, com certeza são os personagens. Carismáticos até dizer chega, inseridos em um belo roteiro cheio de diversão, intriga e romance.

As músicas também são excelentes e Nobuo Uematsu consegui resgatar as origens da série em quase todos os arranjos.

As lutas são um prazer à parte. Como boa parte dos RPGs, elas são por turno, mas você controla quatro personagens - e não três, como nas duas edições anteriores. O mais legal é que cada um deles é único. Por exemplo, se você quiser alguém que roube, deve colocar o Zidane. Summons só podem ser invocadas por Dagger ou por Eiko. Isso deixa o combate bem mais emocionante. Em vários RPGs, as diferenças entre os lutadores se restrigem aos golpes especiais, como os limit breaks do VII, o que é uma pena já que todos os personagens acabam ficando iguais.

No final das contas, Final Fantasy IX saiu completamente da linha que a série estava seguindo e do caminho trilhado depois dele: pra começar, o visual lembra bem mais os desenhos animados, tendendo para SD. Depois, a história chega a ser engraçada em vários momentos. Além disso, podemos citar o retorno dos Black Mages, dos moogles, e as habilidades específicas de cada personagem.

Só para ter uma idéia da mudança, Zidane, o personagem principal, é o oposto de Squall e Cloud, os dois protagonistas anteriores. Zidane é confiante e engraçado, ficando bem longe das dúvidas e questionamentos que permeavam o roteiro do VII e do VIII.

O interesse do PMDB

Em entrevista à rádio CBN, o cientista político Carlos Alberto de Melo fez uma análise da atuação do PMDB na política brasileira.

Segundo o cientista, a legenda tende sempre a ser da base aliada do governo. Ser governista é a moeda de troca para o PMDB ganhar proteção e também cargos públicos, como ministérios, ou a presidência da Câmara e do Senado.

O presidente Lula depende do PMDB para governar. Por isso essa desesperada jornada do Lula para defender o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), das acusações de irregularidades.

Sobre essa postura do presidente, Carlos Alberto, afirma que ela revela a força política do PMDB nos bastidores do governo e a desmoralização da política. Dá impressão de que, para Lula, os ocupantes de cargos políticos merecem tratamento diferenciado do restante da população.

Ele mesmo já fez questão de falar que Sarney não é uma pessoa comum. Semana passada, em outra pérola, Lula afirmou que o Ministério Público precisa se preocupar com a biografia dos investigados. Como estamos acostumados, essa procupação só vai valer para quem detem algum tipo de poder; para nós, reles mortais que pagamos impostos, ela nem deve ser cogitada.

Ora, Lula tem uma das mais altas popularidades da História. Ver uma pessoa, cujo exemplo tende a ser seguido, tomar atitudes que dão força à ações de ética questionável só reforça a falta dela dentro da própria sociedade.

Daí, não acharmos errado piratear, enganar a fisco, jogar papel na rua, fazer gato com a TV por assinatura, luz, telefone e por aí vai. É um ciclo vicioso.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mais uma para o currículo do Sarney


Em pleno recesso parlamentar, a mídia não dá descanso para senador José Sarney.

Dessa vez, o Estado de São Paulo trouxe um diálogo entre o presidente do Senado, seu filho mais velho e a neta de Sarney. O assunto é a contratação do namorado dessa neta.

Várias vezes, é citado o nome do ex-diretor geral do Senado, Agaciel Maia, grande pivô da crise institucional que atingiu o Congresso. O fato é que o tal namorado foi contratado, e por ato secreto. Ele continua como comissionado do Senado e está na lista dos 218 que serão demitidos porque foram contratados irregularmente por ato secreto.

É mais uma para o patriarca maranhense tentar explicar...

Nesta quinta-feira, o presidente Lula voltou a sua cruzada pela defesa de Sarney. Segundo ele, ninguém pode ser condenado antes que se comprove sua culpa. É verdade, Lula, isso está na lei. O problema do Lula é que ele tem medo de perder o controle do Congresso, sem ter Sarney como aliado. Em nome da governabilidade, Lula fez acordos com pessoas que sempre condenou. Outro dia, em visita a Alagoas, elogiou Renan e Collor - dois parlamentares daquele estado -, como grandes aliados do governo no Congresso. Não seria melhor ter ficado calado, Lula?

PS.: O Estadão afirma que as gravações foram feitas pela Polícia Federal, com autorização da Justiça. Em nota, a PF diz que não se reponsabiliza pela divulgação do áudio, que deveria fazer parte de um processo correndo em segredo de justiça.

Com isso, em tese, não poderia ser divulgado. Mas, como a mídia está acima do bem e do mal, não precisa seguir tais "regras" mundanas. Vale tudo em nome do direito à informação. Ou seria melhor, direito ao furo de reportagem?

Um viva para mesmice


Gosto muito de ler estorias de aventura, magia, espadas, mostros, etc. Essas tipo Harry Potter, Senhor dos Anéis, As Crônicas de Nárnia e por aí vai.

Bom, depois que a série de sete livros do bruxo inglês acabou, ficou um hiato no ar: quem vai substituir a criação de JK Rowling? Com certeza, essa não é uma preocupação apenas dos leitores, é principalmente das editoras, ávidas por mais uma publicação arrasa-quarteirão, para encher ainda mais as contas bancárias dos editores.

Enfim, vários candidatos apareceram, entre eles a série do cavaleiro dragão Eragon e, mais recentemente lançados no Brasil, os livros de Percy Jackson & os Olimpianos.

Li os três livros da série criada por Cristopher Paolini e agora estou lendo o livro 1 da obra de Rick Riordan, entitulada o Ladrão de Raios. E nossa, não dá pra perceber como os autores repetem à exaustão a regra vencedora da autora inglesa. Os heróis, adolescentes, descobrem que o mundo real em que eles vivem na verdade não é o deles. Alguém poderoso, mas não o suficente para criá-los, os larga em algum lugar até atingirem idade suficiente para lutarem contra as forças que ameaçam a paz, o amor e a justiça...

Nossa, como falta criatividade nessa literatura mercadológica. O pior de tudo é olhar a capa do livro cheia de frases positivas da crítica, tal como "o novo Harry Potter". Como se o livro precisasse se afirmar, se comparar com algo que deu certo. Chega a ser patético.

E a própria mídia "especializada" alimenta esse tipo de atitude.

A fórmula é tão batida, que até a história do livro é mesma: depois do sucesso de público, o livro vira filme. Foi assim com Harry Potter, com o Senhor dos Anéis, com Nárnia, com a Bússula de Ouro, com Eragon e, no ano que vem, com o Ladrão de Raios...

Gostamos de tudo igual...

PS.: Se querem uma sugestão de um livro diferente com um adolescente como personagem principal, leiam O Menino do Pijama Listrado. Esse sim vale a pena, primeiro por ser bem escrito, depois por ter um roteiro maravilhoso, personagens carismáticos e, principalmente, por não se preocupar em ser substituto de ninguém...

terça-feira, 21 de julho de 2009

trem da alegria


As denúncias de corrupção no Senado não param. A novela alimenta todos os folhetins dos jornalistas ávidos por uma boa história.

O Trem da Alegria que colocou 82 estagiários nos quadros do Senado é só mais um balde colocado no mar de lama em que o Congresso está afundado. Só o fato de haver tanto estagiário trabalhando ao mesmo tempo em um único departamento, por si só, já é algo para se desconfiar.

O esquema é o mesmo da revelação de todos os escândalos da política brasileira: a imprensa divulga, os envolvidos negam, diretores dizem que não sabiam, alguém diz que vai investigar, punem meia dúzia de gatos pingados e fica por isso mesmo.

Mais uma vez, a corrupção envolve o nome do ex-diretor do Senado, Agaciel Maia. Foi ele, com o aval do então presidente da Casa, Mauro Benevides (PMDB), que efetivou os estagiários.

Na época Maia era diretor na Gráfica do Senado, onde esses estagiários trabalhavam. Pouco tempo depois, ele chegou à diretoria geral da Casa, com a benção de José Sarney, alvo de várias outras acusações.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O momento mais esperado de Sarney

O Congresso entrou em recesso hoje. Com certeza esse era o momento mais esperado para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB).



Afundado em escândalos, o patriarca maranhense disse que sua estratégia para enfrentar a perseguição da sua ilustre pessoa era "Silêncio, paciência e tempo". É mais ou menos o que ele já vinha fazendo. Quem acompanha o Legislativo sabe que ele mal aparecia e evitava a imprensa como o diabo corre da cruz.

Sarney é um homem esperto. Não é à toa que ele tem tanta força política e o governo Lula o defende tanto. Sarney conhece a fundo todos o meandros da política brasileira e sabe que dificilmente vai cair. Sua candidatura teve o apoio do governo federal, mesmo tendo um petista, o senador Tião Viana, disputando a vaga de preseidente do Senado.

Não são poucas as acusações que pesam contra Sarney: atos secretos, nomeação de parentes, desvio de verba da Petrobras destinada à Fundação que leva seu nome, contas secretas, e por aí vai a sujeira.

As suspeitas também respingam na família Sarney. Uma operação da Polícia Federal, que investigava a existência de Caixa 2 na campanha de Roseana Sarney para o governo do Maranhão, indiciou o filho mais velho de Sarney por supostamente falsificar documentos para favorecer uma empresa privada em contrato com o governo estadual.

Mas, o imortal (ele tem uma cadeira na Academia Brasileira de Letras) ganhou um alívio até agosto. Será que na volta a munição contra ele terá o mesmo calibre. É pagar pra ver. Se não me engano, há cinco representações contra ele no Conselho de Ética. Dificilmente vai dar em alguma coisa. Sarney é grande demais para ser punido. Ora se até o Edmar Moreira, o deputado do Castelo, um parlamentar que ninguem ouviu falar, foi condenado, que dirá o Sarney.

2 anos do acidente da TAM

Caramba, o acidente com o avião da TAM completa dois anos hoje. 199 pessoas morreram.

Fica aqui a homenagem deste blogueiro que ninguém lê...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A atualidade de Macedo

Estava lendo hoje o livro A Luneta Mágica, de Joaquim Manuel de Macedo. A obra foi escrita em 1869 e é bastante irônica.

Bom, com todos esses escândalos no Congresso, esse trecho do livro pareceu bastante atual:

"Creia que há magias em todo o canto; olhe: cini é que empregados públicos, e homens de todos os misteres e condições vivem, ganhando cinco, e gastando cinqüenta em cada ano? Só por magia. Como é que um farroupilha há dois ou três anos se ostenta de súbito milionário? Só por magia. Como é que o Brasil festeja todos os anos o aniversário de sua constituição libérrima e vive, sem exceção de um dia, fora da lei constitucional e em plena ditadura, ou sob a vontade arbitrária, absoluta de quem está por cima? Só por magia. Acredite-me, há arte mágica na vida, na riqueza, no procedimento e na fortuna de muitos; há arte mágica nas misérias da administração, nas mentiras constitucionais do governo, nas zombarias feitas à opinião, no impune desprezo do povo, e até na paciência limitada dos que sofrem, há arte mágica..."

É, temos que chamar o Mister M para desvendar os truques por trás de tanta corrupção na política desse País.

terça-feira, 14 de julho de 2009

voltando

Quase um ano depois da última postagem, estou voltando a trabalhar nesse blog. Dessa vez espero ser mais ativo no espaço virtual...

É isso, mais tarde eu volto.