quinta-feira, 29 de abril de 2010

Economia - a selic e o controle da inflação


O Banco Central cumpriu direitinho a cartilha e elevou os juros básicos da economia. O objetivo primário do Copom é conter a escalada da inflação, que se aproximou da meta de 4,5% para 2010. Atualmete, a selic está em 9,5% ao ano.

A alta já era esperada por analistas da economia. Na semana passada, o FMI alertou para o risco de superaquecimento da economia brasileira e recomendou um endurecimento da política econômica. Isso porque, segundo o FMI, o Brasil não teria condições de atender à demanda crescente.

Entidades como a CUT, a CNI e a Fiesp se apressaram a criticar a medida do Banco Central. Segundo elas, a alta da selic prejudica o setor produtivo.

Desde meados da década de 90, a selic é o principal controle da inflação. Ela é a taxa que o governo remunera os investidores dos títulos públicos e funciona como um referencial para todas demais operações do mercado. Assim, quando a Selic aumenta, fica mais caro pegar um crédito no Brasil. As taxas dos empréstimos, do crediário das lojas e do cartão de crédito também ficam mais caras.

As compras passam a pesar mais no bolso dos brasileiros e o consumo diminui. E aqui entra a regra básica do mercado: procura menor, preço menor. E, desse modo, a inflação fica controlada.

O problema são os efeitos colaterais desse remédio. O crédito não fica mais caro só para os consumidores. Para a indústria e o comércio também. O setor produtivo depende muito de crédito para fazer seu capital girar. Com a alta dos juros dessas operações, eles tem menos dinheiro também para os investimentos. Com isso, a geração de emprego diminui.

No ano passado, a expansão do crédito no Brasil foi a razão para que os efeitos da crise financeira internacional tivessem menos impacto na economia tupiniquim; mas agora, ela é o vilão da História. A economia é assim.

Bom, mas a selic não é a única forma de controle da inflação. Voltaremos a esse assunto em outro tópico.

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