quinta-feira, 22 de abril de 2010

Economia - Será sabotagem?



Não entendo muito de economia. Mas resolvi comentar uma notícia dessa área nessa postagem.

Desde quarta-feira, a imprensa deu bastante destaque ao relatório do Fundo Monetário Nacional sobre os rumos da economia mundial.

O que chama atenção é que o documento aponta o risco o "superaquecimento" da economia brasileira. Segundo o FMI, a economia nacional vai crescer bem acima do esperado e, nos próximos anos, o País pode não ter condições de atender a demanda interna. O órgão internacional recomenda que o País adote uma politica fiscal mais rígida e pise no freio.

Ora, não foi justamente o mercado interno que serviu de escudo para que o País enfrentasse a crise? Nos últimos anos, é inegável que o salário das classes mais baixas e o aumento do poder de consumo do trabalhador trouxeram benefícios significativos para o Pais. Boa parte desse resultado se deve a políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

Pisar no freio agora, como quer o FMI, parece piada. Parece até que o Fundo Monetário desconhece a realidade brasileira. O Brasil tem uma das políticas fiscais mais conservadoras do mundo. A Selic, a taxa básica de juros, que regula toda a economia, é uma das mais altas do mundo. O Banco Central a utiliza como controle da inflação.

Quando o aumento dos preços está acima da meta, o Bacen vai lá e aumenta a Selic. É o que deve acontecer na semana que vem, quando a taxa deve chegar a 9,25%. O problema é que a Selic elevada acaba diminuindo a oferta de emprego e de crédito - por isso a inflação cai, porque o poder de consumo da população diminui. O que de certa forma, acaba prejudicando a economia.

Vale lembrar que a meta de superávit primário, que é a economia que o País faz para pagar os juros da dívida, também é tratada como prioridade pelo governo. Este ano, a meta corresponde a 3,3% do PIB. É dinheiro que o governo tira dos investimentos para cumprir os compromissos financeiros.

O engraçado é que no passado, quando o Brasil tinha sérios problemas econômicos, o FMI sempre estava lá, como um carrasco ordenando que cortássemos despesas e endurecêssemos a política fiscal.

Agora que a economia brasileira está equilibrada e numa curva ascendente, a sombra do FMI volta e pede para fazermos a mesma coisa. Será sabotagem?

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